quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Morte Do Poeta

A inspiração se foi,
o poeta morre dentro de mim.
As palavras já não saem da boca,
não como antes: românticas, belas...
Mas vazias, sem amor.

As flores da primavera murcharam,
lentamente perderam a cor, morreram.
O impiedoso inverno congelou a vida
apagou o fogo da paixão.

A Terra subitamente parou de girar
o relógio conta os segundos,
mas as horas não passam nesse inferno congelante

Ouço os últimos sussurros do poeta:
“As trevas cercam meus olhos
e escurecem a vida ao meu redor
eu já não sinto mais o calor da vida…”



Ele se foi,
simplesmente desapareceu na escuridão
minhas lágrimas ja secaram
eu apenas digo adeus ao meu poeta

"Vá em paz caro amigo
vá ao lugar onde não há castigo
e nem repreessão
chega de viver uma vida em vão!"

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cigana

Corpo moreno, olhar penetrante
me envolves como a serpente
qu'esmaga a presa hesitante
e cegas de paixão ardente

Suas curvas, seu rebolado
hipnotizam-me
como faz o mago
controlando-me a seu bel prazer

Convida-me para dançar
a melodia da perdição
e talvez no seu olhar
eu encontre uma maligna intenção

Leva-me a seu leito!
Deita-te comigo!
Foge com meus bens,
antes que o Sol te denuncie

Não me importo em pagar
Tal preço insano
me importo apenas
em viver esse amor cigano

~ Matheus Mariano'

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Soneto dos Dois Caminhos'

É como se houvessem dois de mim ...
Um salta em direção a forte luz
O outro cegamente me conduz
Para mergulhar nas trevas sem fim

Ambos pulam, dançam, fazem suas graças
Chamam-me por seu jeito singular
Um traz benção, o outro só tentar...
Fazem de minha mente sua praça.

Fugir? 
ram! Me poupo desse caminho
Prefiro seguir tentando vencer
Fizeram em mim seus eternos ninhos.

Até suicídio será em vão
Que ganho teria eu em morrer?
Negar o que recebi de antemão

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Soberba

  Uma taça de champagne
  numa mesa farta de queijos; 
  A faca reluz em suas mãos,
  e um único desejo ...


  ... Ao chão brilha o sangue 
  D'alguém que ela amara intensa
  porém dolorosamente,
  por causa de sua inveja.


  Qual! Ser pior que alguém?!
  Nunca sequer o pensara! 
  Fará tudo para ser
  de todos a melhor, tudo ...


  ... Agora olha o corpo,
  ferido e sem vida,
  do homem que amara
  Mas não aceitara
  ser melhor que ela:
  SOBERBA!
Escrito por:
Matheus Mariano 
                                                                                      

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dalila


  A mente do ser humano é mesmo inexplicável! Concluiu Joana voltando para casa em seu carro. Ao lembrar daquela noite que vivera no litoral, alguns dias atrás; ela sentiu um calafrio incomum - o mesmo que sentira na noite em questão.
  Em toda sua vida, todas as noites com homens foram normais - apenas prazer, apenas por esporte. Mas aquela noite fora especial ...
  Joana, Dalila e Victor; os dois últimos, namorados e Joana, uma grande amiga do casal. Os três foram desfrutar de um final de semana nas praias de Fortaleza, para relaxar após uma longa semana de trabalho.
  Joana nunca sequer pensara em olhar para Victor com outros olhos senão os de amigo, ela sempre respeitou Dalila acima de tudo; mas ela estava solteira e mais ainda, carente ...
  Victor sempre se recusou a trocar de roupa em frente a Joana. Por respeito a ela ou a namorada? Por medo de despertar olhares de Joana ou fatais olhares de Dalila sobre Joana? Ele simplesmente sempre recusou - mesmo que a própria Dalila insistisse que não havia problema algum.
  Ao cair da noite após um longo e muito bem aproveitado dia de Sol, Victor saiu para procurar onde comprar comida enquanto Dalila e Joana tomavam um bom banho. Dalila acabara de sair de debaixo do chuveiro e entrara no quarto; Joana já estava nua, pronta para tomar seu banho. Ambas, nuas, estavam frente a frente. Joana sorriu como cumprimento a Dalila; mas Dalila não retribuiu, apenas olhava fixamente a amiga, na face estava expresso um olhar estranho para Joana. Então Dalila começou a olhar Joana de cima a baixo, como que analisando seu corpo.
  - Há algo de errado comigo amiga? Alguma espinha, estou queimada? - Joana procurava entender o significado de tal olhar - Vou até o espelho ver!
  Mas antes que Joana chegasse a porta; Dalila prensou-a na parede.
  - Esse é o problema, amiga, não há nada de errado com seu corpo - e beijou-a.
  A princípio Joana resistiu, mas as carícias de Dalila pelo seu corpo foram tal como um veneno que mata lentamente; e logo Joana se viu rendida ao ataque de Dalila, e então tudo aconteceu.
  Joana jogou Dalila na cama e enlouqueceu analisando aquele corpo e vendo-o mexer-se sensualmente só para ela: cada curva no corpo de Dalila era um convite para as mãos de Joana, um lugar para ser explorado. Os longos cabelos ruivos de Dalila pareceram dançar quando ela sentara-se na cama convidando a amiga a participar de uma longa aventura com ela. O olhar penetrante de Dalila rendeu-a como sua escrava. E tocar naqueles seios redondos e cheios levou Joana ao delírio. No desenrolar desta realização; Joana sentiu um calafrio que nunca sentira antes ao sentir aquele corpo feminino por cima do seu; um calafrio que ela sabia que nunca mais esqueceria.
  Victor chegou com o jantar mas encontrou-as dormindo, já com roupas e cada uma em sua cama; para não levantar suspeitas. Mas mal sabia ele que a cama que ele dividiria com sua namorada fora, agora há pouco, o palco de uma realização sexual.
  O resto da viagem ocorreu naturalmente, salvo alguns olhares entre Dalila e Joana quando Victor não estava por perto.
  Agora, Joana lembrava-se do ocorrido sozinha em seu carro; e sentia o mesmo calafrio que sentira aquela noite. Algo a dizia que aquilo fora errado; e ela até tentou esquecer. Mas seu corpo lhe implorava por mais daquela sensação, e aquelas curvas! ...
Escrito por: Matheus Mariano

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Chuva




Lá fora , água cai impiedosa
O Vento não sopra , canta
Sinistra melodia 
Em mim cresce o temor 

As Gotas caem tal como flechas
Não sabem onde vão, apenas caem
Golpeando violentamente o chão
E o que quer que esteja nele.

As folhas dançam ao soprar do vento
Que as bate impiedosamente, 
se a coreografia não seguir perfeita
Oh, dança da morte ! 

Quando o Sol brilhará denovo ?
Qual calor, qual calma 
cairá sobre nós outra vez ? 
Tal dilúvio cessará ?

Escrito por : Matheus Mariano